Sexismo e desigualdade
As questões de desigualdade entre gêneros começou desde as eras primitivas, mas começaram a causar injustiças a partir da revolução agrícola. A mulher dotada de menos força física que o homem foi obrigada a ficar em casa cuidando dos filhos, enquanto isso o homem dotado de força física foi trabalhar com a agricultura e com o tempo passou a possuir escravos, sendo dono de tudo fez da mulher escrava também. Além da questão da força física a mulher na época não tinha controle sobre a reprodução, ficando fragilizada após os partos e tendo que cuidar dos filhos (não sei por que ela que cuidava pois na época era considerado que o filho era apenas do homem e a mulher era apenas a hospedeira, mas a tradição continuou).
O tempo foi passando até que a mulher tinha se tornado totalmente escrava, submissa, propriedade e objeto, a escravidão racial declarada foi sendo abolida com o tempo, mas a escravidão da mulher continuou e continua até os dias atuais, disfarçada sobre a desculpa de cultura.
As mulheres com o passar do tempo conseguiram direito ao voto, direito de trabalhar, de ser independente financeiramente, controlar a reprodução e ter liberdade sobre seu corpo e sua sexualidade. Mas não sem críticas e julgamentos. O fato de nascer mulher é determinado pela genética, cromossomos, não somos nós que controlamos e mesmo assim nascer mulher é visto como algo errado. Homens muitas vezes agridem-se verbalmente xingando o outro de mulher, e é tão ofensivo que parece ser um xingamento de alto nível, é tão errado assim ser mulher?
No Brasil e acredito que em muitos países também, existe além de tudo o sexismo lingüístico, se tiverem homens e mulheres em uma sala, é usado o termo “eles” mesmo que na sala tenham mais mulheres do que homens. Afinal, homens são considerados seres humanos, e nós apenas gênero. Nos empregos os salários das mulheres são inferiores ao dos homens, se for mulher e negra o salário é ainda mais inferior, mesmo tendo a mesma carga horária, capacidade e rendimento que os homens. Na cultura em geral a mulher foi sexualizada como um pedaço de carne, um objeto de consumo para satisfazer o outro gênero. Até atualmente mesmo trabalhando as mulheres fazem as atividades doméstica, como se fosse dever delas, e são cobradas e criticadas se não fizerem, o “deus-homem”não precisa fazer nada, é só chegar do trabalho, deitar no sofá, comer, dormir, sair com os amigos no final de semana, enquanto a mulher fica confinada, fazendo a janta, lavando as roupas do “deus-homem” e limpando a casa, como se ele não usasse. Baseando-se na igualdade entre gêneros, os dois usam, portanto, são responsáveis pela manutenção da casa, usam roupas, são responsáveis pelas suas, comem, são responsáveis por fazer a comida, questão de lógica!
Como se não bastasse a mulher ainda é julgada, criticada e cobrada não importa o que ela faça, nunca é o bastante e todos tem o direito de comentar e se meter em sua vida. Se subiu no emprego, comentam que fez favores sexuais ao chefe, se dividir os serviços de casa com um homem é chamada de egoísta e cruel, se não tem filhos e chamada de egoísta e vazia, se tiver filhos, qualquer coisa de “errado” que o filho faça, ela é julgada por que não criou direito, se não quiser se relacionar com homens é chamada de frígida e mal-comida, se exercer sua liberdade sexual é chamada de puta, se for almoçar na casa de alguém e não ajudar com louça é chamada de mal-educada, o homem se não fizer isso, tudo bem, ele pode é homem. Até mesmo na fisiologia da mulher é criticada, a questão dos pelos, que é hormonal, mulheres são seres humanos, consequentemente, tem pelos e muitos falam que na mulher depilação é questão de higiene, então por que muitos homens que tem muitos mais pelos não é questão de higiene? Mulheres conhecem água e sabonete, se elas souberem usar bem esses dois ingredientes, não vão ser anti-higiênicas!
Feminilidade
Feminilidade foi uma imposição cultural atribuída á mulher. As diferenças entre homens e mulheres são a estrutura óssea, tamanho dos ossos, quantidade de músculos, hormônios, órgãos sexuais e um cromossomo determinante. Mas fora isso, não há diferenças, as diferenças comportamentais, emocionais e psicológicas são derivadas da educação, afinal, o indivíduo é moldado pelo meio, há outros fatores que moldam, é claro, mas o meio é o principal, a educação dada a meninos é diferente da que é dada a meninas, sempre privilegiando o menino desde criança, já o ensinando a adorar o “deus-pênis”, a brincar de futebol e carrinhos, falar besteira, não gostar de rosa, não brincar com bonecas e casinhas, não ter medo de nada, não demonstrar seus sentimentos, “pegar” mulher, muitos fazem isso até por imposição, por medo de serem chamados de gay, como se ser gay fosse algo ruim.
A menina é ensinada a obedecer sempre, a não tocar nos seus órgãos genitais, aprender as tarefas domésticas, que tem que gastar em futilidades, ter muita vaidade, não deve engordar, não pode envelhecer e muitas outras regras para cuidar da sua vida!
Se a educação fosse igualitária não existiriam essas diferenças, a mulher é vista apenas como gênero, se fosse vista como ser humano seria diferente, ela é ensinada a ser mulher, por isso mesmo que a feminilidade é culturalmente imposta. Devido à educação machista os meninos se “fecham” muito tendo vergonha de brincar de casinha, boneca, vergonha de não gostar de futebol ou outra brincadeira que é atribuída geralmente a meninos, vergonha de demonstrar seus sentimentos e medo de “broxar” pois são ensinados a adorar o seu “deus-pênis”.
As meninas são ensinadas desde pequenas a serem boas donas de casa, um exemplo é que se numa casa tiverem dois meninos e uma menina, a menina vai ser cobrada para ajudar a mãe nas atividades domésticas enquanto os irmãos vão brincar, como se eles não tivesse a mesma obrigação, são ensinadas a gostar de bonecas, ou seja, já querem impor a idéia de reprodutora enquanto os meninos são ensinados a nem chegarem perto das bonecas, ou seja, a ele é negado o direito de brincar de ser pai. É claro que isso não justifica 100% o fato dos pais serem ausentes na vida dos filhos, mas contribui e muito. Desde cedo as meninas são ensinadas a usar maquiagem e as roupas feitas para as mulheres procuram ao máximo mostrar o corpo feminino ou suas formas como se fosse um objeto que chama atenção na prateleira.
A inteligência da mulher não é cobrada, ao contrário ela é ensinada a obediência, submissão, beleza e futilidade essa última justamente para ela não perceber da situação em que é colocada e a beleza porque é ensinado que para a mulher isso basta para conseguir o que quer, como se fôssemos apenas um corpo, um objeto.
Na questão afetiva a mulher é ensinada a ser a passiva, pura, submissa, romântica, lhe é negada a personalidade forte, ativa, esperta e independente. Ao homem todos esses fatores são cobrados e se for uma pessoa tímida, fica difícil para ele pois terá julgamentos para enfrentar.
Sendo seres humanos, dá para perceber que todos teríamos comportamentos parecidos ou iguais se não fosse pela educação machista as mulheres não seriam ensinadas a serem mulheres, pois a feminilidade não seria imposta. Isso tira o direito das mulheres de terem características, pensamentos, conceitos e preferências próprias, pois tudo foi e é imposto durante anos por uma cultura que foi formada por homens que lhes diziam o que fazer.
Heteronormatividade
No âmbito da sexualidade humana sempre houveram tabus, sempre favorecidos pelas religiões e favoráveis aos homens, em algumas religiões é permitido ao homem ser polígamo e a mulher deve ser monogâmica, em outras a mulher não pode sentir prazer então tem seus clitóris mutilados quando ainda são meninas. Os tabus quanto a sexualidade humana mudaram e continuam mudando de gerações em gerações, na Grécia Antiga era impuro um homem amar uma mulher, portanto deveria amar outro homem, com o passar das gerações a homossexualidade começou a virar uma aberração para a maioria das pessoas, e foi imposta a heterossexualidade, geralmente com argumentos que o sexo entre pessoas do mesmo sexo não pode reproduzir, mas os seres humanos não fazem sexo apenas para a reprodução, assim como alguns animais que fazem sexo só por prazer e existem animais homossexuais também, ou seja, o argumento de que não é natural, não é válido, não há nada de errado com a homossexualidade, o problema é a heteronormatividade que foi imposta. Devido a essa imposição cultural muitas pessoas tem vergonha de se assumir homossexual e se tiverem uma religião sentem até culpa por isso. A heteronormatividade atrapalha intensamente a vida dessas pessoas, muitos não conseguem nem emprego por assumir a sua homossexualidade, são discriminados e até mesmo agredidos por algumas pessoas, muitas vezes perdem os amigos, são expulsos de casa por não aceitação dos pais. Não dá para entender o fato de a achar errado a homossexualidade, sendo que é algo que não está prejudicando ninguém, tem muitas pessoas que possuem preconceito e escondem agindo com hipocrisia afirmando que não tem preconceito mas não aceitariam se fosse seu filho ou filha, e outras afirmando até mesmo que é melhor ser gay do que bandido, como se fosse algo ruim ser gay. É horrível julgar alguém pelas suas preferências, gostos pessoais e comportamentos que não prejudicam ninguém, poderia ser com qualquer um, se fosse ao contrário, imposição da homonormatividade tenho certeza que os preconceitos seriam contra os heterossexuais. A maioria desses preconceitos foram causados e consequentemente defendidos pelas religiões, uma religião que é hipócrita e não tem moral nenhuma para criticar a homossexualidade é a Igreja Católica Romana, proíbem casamento gay, são contra os homossexuais, mas dentro do Vaticano há muitos padres e pessoa que ocupam outros cargos lá dentro também, que abusam sexualmente de crianças e segundo pesquisas a maioria das vítimas são meninos. Ou seja “Faça o que eu falo mas não faça o que eu faço!” , linda filosofia de vida do Vaticano, muito exemplar (ironia) depois ainda querem dar lição de moral. Não duvido nada que logo virão com o argumento “Na Bíblia há muitas escrituras contra a homossexualidade, mas não contra a pedofilia!” é só o que falta!
A maioria dos religiosos são contra a homossexualidade, fazem até passeatas, mas DUVIDO que eles sigam TUDO o que a religião prega, duvido muito justamente porque se fosse assim o mundo já estaria com pessoas amontoadas sem espaço para se mover pois a Igreja proíbe métodos anticoncepcionais, como a maioria das pessoas são religiosas a maioria não iria beber, os cristãos não trabalhariam no sábado, entre muitas outras coisas. Enfim, seria altamente prejudicial! Então não vejo o porquê da crítica e também nos 10 mandamentos não há nenhum proibindo a homossexualidade, mas há um proibindo trabalhar no sábado. Não são apenas os religiosos que são contra a homossexualidade, os ateus também são, mas por falsas razões culturais, mas acho hipocrisia o fato dos cristãos seguirem alguns preceitos da sua religião, enquanto ignoram outros.